quinta-feira, 28 de março de 2013

Estudo sobre o Fruto do Espírito (continuação)

Amor:

Na língua grega "amor" (ágape) é uma palavra distinta usada para descrever a natureza do amor de Deus (Jo 3.16). Ele nos amou sem que oferecêssemos motivos para que Ele nos amasse. E é esse amor que o Espírito derrama em nosso coração (Rm 5.5), para que possamos obedecer ao mandamento de Jesus: O meu mandamento é este: que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei (Jo 15.12).
No "Hino ao Amor" (1 Co 13), Paulo apresenta quinze características do amor: é sofredor, benigno, não é invejoso, não se ufana, não é soberbo, não é indecoroso, não é interesseiro, não se irrita, não se ressente do mal, não se alegra com a injustiça, alegra-se com a verdade, tudo aguenta, tudo acredita, tudo espera e tudo suporta.

O amor expressa o conteúdo total da fé cristã. O amor é a essência do caráter divino: Deus é amor (1 Jo 4.8).


Alegria:
 
A alegria (no grego "charis") é o gozo da graça, é um bem-estar espiritual, resultado de uma correta relação com Deus. A fonte desta alegria é o Senhor (Fp 3.1; 4.4,10; Rm 12.12). É a chamada "alegria da fé" (Rm 15.13; Fp 1.25) e a "alegria no Espírito Santo" (Rm 14.17; 1 Ts 1.6). Esta alegria independe das circunstâncias externas e pode ser desfrutada em meio às tristezas e aflições desta vida.
 
Paz:
 
Paz (Shalom, no hebraico – Jz 6.24) inclui tudo quanto Deus tem dado em todas as áreas da vida. A paz é uma dádiva de Deus (SI 4.8; 29.10-11; 119.165) e pode ser desfrutada somente na presença de Deus (Nm 6.24).
No contexto do Novo Testamento, Jesus é a nossa paz ("eirenê", no grego). Confira em Ef 2.14-18. Nele encontramos sossego, mesmo em meio às tribulações. A paz de Cristo não significa ausência de guerra, mas é uma tranquilidade interior. Ela é uma dádiva sobrenatural e indestrutível (Jo 14.27; 16.33). Em Cristo temos paz com Deus (Rm 5.1) e a paz de Deus (Fp 4.7).

"A paz é o primeiro fruto que se observa após o perdão de pecados" (Adam Clarke).
 
Longanimidade:
 
Longanimidade ("makrothumia", no grego) significa literalmente "fôlego comprido" ou "lento à ira". É a paciência para suportar injúrias de outras pessoas. E um atributo de Deus, que tolera pacientemente todas as fraquezas humanas, não se deixando tomar por explosões de ira ou furor (Nm 14.18; SI 86.15; Rm 2.4; 1 Pe 3.20).
O Espírito Santo nos capacita à longanimidade, isto é, sermos tolerantes com as pessoas cuja conduta visa provocar-nos à ira (Mt 18.21-35).
 
Benignidade:
 
Benignidade (no grego, "chrestotes") significa uma disposição gentil e graciosa para com os outros. Também significa "excelência de caráter" e "honestidade". É um atributo divino (Mt 11.30; Tt 3.4). Jesus Cristo é o nosso modelo de gentileza, pois sempre se mostrou gentil para com os seus semelhantes. No caso da mulher flagrada em adultério (Jo 8.1-11), enquanto os homens se mostraram inflexíveis e exigentes, Jesus revelou a sua benignidade.
 
Bondade:
 
Bondade (no grego, "agathosune") significa aquilo que é bom e útil. É a qualidade de generosidade e de ação gentil para com outras pessoas. "Uma pessoa é bondosa quando se dispõe a ajudar àqueles que estão em necessidade" (M. Lutero). A bondade é um atributo de Deus (SI 34.8; 107.1; Mt 19.17).
Bondade e benignidade são termos que estão ligados entre si (Rm 2.4; Ef 2.7). W. Barclay diz que a diferença está no fato de que a bondade pode reprovar, corrigir e exortar (Mc 11.15-18); mas, a benignidade só pode ajudar (Jo 8.10-11).

O Espírito Santo produz em nós uma bondade que é, ao mesmo tempo, amável e enérgica.
 
:
 
Fé (no grego, "pistis") pode significar tanto "confiança" quanto "fidelidade". Para Paulo, "fé" significa o recebimento da mensagem da salvação e a conduta baseada no Evangelho (Rm 1.8; 1 Co 2.5; 15.3, 14, 17). O cristão vive pela fé, e de fé em fé (Hb 11.1-6).
John Stott diz: "Fé é a confiabilidade que convida outras pessoas a confiarem em nós. É a fidelidade provada, a dignidade sólida de alguém que sempre cumpre as suas promessas e termina o que começa".
 
Mansidão:
 
Mansidão (no grego, "prautes") possui três significados principais: submissão a Deus (Mt 5.5; 11.29); dócil ou não soberbo (Tg 1.21); consideração (1 Co 4.21; 2 Co 10.1; Ef 4.2). O termo era aplicado também para coisas, palavras, remédios, ações e sentimentos que acalmam e suavizam.
A mansidão é o resultado da verdadeira humildade, que reconhece o valor do outro e se recusa a se considerar superior. É a virtude daqueles que herdarão a terra (Mt 5.5). Jesus Cristo é o modelo perfeito de mansidão.
 
Domínio Próprio:
 
Domínio próprio (no grego, "egkrateia") significa "autocontrole", o domínio dos próprios desejos e apetites. É o senhorio sobre a língua, os pensamentos, os apetites e as paixões sexuais (Pv 16.32; 1 Co 7.9; 9.25).
A vitória mais difícil é a vitória sobre o próprio eu ou sobre as próprias paixões. Somente com o poder do Espírito Santo é possível o domínio próprio.
 
CONCLUSÃO
 
Quando olhamos para o fruto do Espírito Santo vemos um retrato de Jesus Cristo. Todas as nove virtudes acima estão presentes no caráter de Cristo. Elas só podem ser implantadas no crente, por intermédio do Espírito Santo. Ele é quem opera a transformação moral do crente (2 Co 3.18). Deixe o Espírito trabalhar em seu caráter! 

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